Madu Teixeira tem 13 anos e é campeão nacional de skate sub-16. Em junho de 2021, participou pela primeira vez no Campeonato do Mundo de Street Skateboarding, em Roma, prova de qualificação final para os Jogos Olímpicos de Tóquio. No Skatepark de Ramalde, onde habitualmente treina, o jovem Madu chama a atenção pela facilidade com que “brinca” com o skate. A esperança olímpica nesta modalidade é natural do Porto e confessa que o maior desafio é “superar o medo”.
Ainda te lembras de quando recebeste o teu primeiro skate?
Acho que tinha três ou quatro anos. Foi o meu tio que me deu.
E quando é que participaste pela primeira vez num campeonato? Foi aí que percebeste que era mesmo isto que gostavas de fazer?
O primeiro campeonato foi na Ericeira. Tinha seis anos. Mas foi mais cedo que percebi que gostava mesmo do skate.
Em junho do ano passado, participaste pela primeira vez no Campeonato do Mundo em Roma. Como foi essa experiência?
Foi muito boa, porque competi com os melhores do mundo e convivi muito com eles. São os meus ídolos e apoiaram-me muito.
E gostavas de competir nos Jogos Olímpicos?
Gostava muito. É um dos meus sonhos. Mas o meu maior sonho é ser skater profissional e ter um vídeo na Thrasher, que é a maior revista de skate.
Para lá chegares, devem ser precisas muitas horas de trabalho. Como são os teus dias de treino? É fácil conciliar com a escola?
Eu costumo treinar com os meus amigos. Treino três horas a sério e depois mais duas horas a andar com os meus amigos. É fácil conciliar com a escola, sim [risos]. Às vezes atrapalha quando estou muito tempo fora, mas depois quando regresso compenso.
Os amigos são a tua maior companhia no skate, mas o teu irmão Pacal, de 10 anos, também já te acompanha. Já desafiaste mais alguém da tua família ou amigo para se juntar a ti?
Da nossa família somos sou só eu e o Pacal. Mas houve um amigo que começou a andar de skate porque me via a praticar. Experimentou e gostou.
Já sabemos que és um ás no skate, mas também gostas de outros desportos?
Gosto muito de futebol. Às vezes jogo com os meus amigos, mas gosto muito de ver.
Andar de skate não é para todos. Com 13 anos quais são os maiores desafios?
Para mim o mais difícil é superar o medo. Às vezes tenho medo de tentar uma coisa nova, num sítio grande. É a parte mais difícil: superar o medo.
E qual é a melhor parte?
Divertir-me e estar com os meus amigos. Quando acerto uma manobra de que tinha medo, fico muito contente.
Que conselhos podes dar a quem esteja agora a iniciar-se no skate?
O mais importante é divertirem-se sempre. Têm de fazer o que gostam: se gostam do skate, andem de skate. E nunca desistir.
Entrevista: Catarina Madruga / Ágora
Fotografias: Guilherme Oliveira e João Coelho